sábado, 10 de julho de 2010

O homem e as guerras...

Guerras podem ser consideradas ruins, talvez quando nos imaginamos perdendo familiares ou sendo atingidos pelas mazelas da destruição (que acontece tanto dentro quando fora de casas, ou das pessoas, algo assim), a empatia é nos inerente, não podemos negar que somos dotados da capacidade de sentir "pena", ou melhor, de nos imaginar sentindo determinada dor. Enfim, guerras, em geral, são marcadas pela memória de destruição que deixam, e isso é certo, quando se vê felicidade nas guerras em geral é associada à sobrevivência, ou a vitória militar [que no fundo também é sobre sobrevivência].
Mas se já temos a empatia desde que "nascemos" (em vários sentidos, biológico, histórico, antropológico, etc...) então temos de considerar que também saímos "da fábrica" com a necessidade de guerrear, bom, o ser humano é estranhamente um ser social, estranhamente porque qualquer ser que apresente uma séria tendência para necessidades ilimitadas e egoísmo tem sérios problemas com a sociedade, entretanto uma coisa é certa, com o advento da sociedade foi percebida a vantagem do comércio e da especialização, frente a tais necessidades ilimitadas mesmo que o homem goste de ter muito, mesmo que signifique que todos a sua volta não tenham nada, o mesmo percebeu que se houver especialização poderá consumir mais do que consumiria se tivesse que produzir tudo o que necessita (ou que acredita necessitar).
Enfim, a maior barreira para o consumo humano é o consumo do resto da sociedade, junte isso a um comportamento mesquinho/oportunista e/ou vingativo/orgulhoso e está tudo preparado para o início de uma guerra, de derramamento de sangue, e de abertura de mercados para reconstrução e estabilização econômica e social, só falta uma coisa, puxar o gatilho, é preciso de um "motivo" para que a guerra comece, para que os guerreiros corram pelos campos queimando (primeiro simbolicamente, depois literalmente) [escutar http://www.youtube.com/watch?v=xtqy4DTHGqg], feito isso aí está, a famigerada guerra.
Há quem diga que a liberdade de um acaba quando a do outro começa, mas esse seria um contexto de liberdades infinitas, porque liberdades começam do zero, assim sendo não haveria fronteira pra liberdade. Na verdade a liberdade de um termina quando a de todos os outros terminam, convergindo para um ponto de equilíbrio, quando fora desse ponto as pressões para conflitos começam, um grupo com certa unidade consegue ter um sentimento interno de empatia muito forte, chegando mesmo ao ponto de tratar qualquer ser exógeno de modo generalista, tratando um país vizinho ou um ataque de ET's da mesma forma. Esse grupo age como um só, a liberdade dele é a liberdade de seus integrantes, e sua pressão para expansão de sua liberdade a partir de um ponto considerado harmonioso, bem como a reação de defesa e proteção de outros grupos, em geral é o gatilho usual para guerras. Os interesses individuais egoísticos, a partir do momento em que o individuo deixa de ser uma única pessoa, passa a ser o propulsor (com força bem maior que qualquer nave interestelar usa para navegar pelo espaço, ou mesmo para sair da atmosfera) da destruição desenfreada, que só consegue ser encarada com felicidade quando é vista sob a óptica da sobrevivência.
O que faz o homem ser sociável é o que o faz não ser inteiramente sociável, o que o faz proteger sua família o faz matar seu vizinho (nessa escala ou em escala maior)...

4 comentários:

  1. É... é graças a posts como esse que eu reafirmo a hipocrisia mundial.
    Tá na hora de acabar com a lógica e iniciar uma longa anarquia. Afinal de contas, quando um sistema que devia ser organizado mantém uma sociedade e individuos de natureza egoísta falha, é a hora de tentar uma loucura.
    #alok

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  2. A guerra é o maior exemplo de extravasamento de nossos instintos primitivos. Nascemos para tal. Guerreamos contra os outros, guerreamos para aprnder a resolver uma fórmula complicada, guerreamos para subir profissionalmente, conquistar uma garota, guerreamos contra nossos instintos, afinal somos homens.

    A paz é uma espécie de intervalo, onde se recobra o fôlego e se parte para uma nova guerra.

    é o que eu acho.

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  3. Nossa, filosofei geral aki, principalmente quando vc disse que "a liberdade um termina quando a de todos os outros terminam" nunk parei pra olhar por esse lado!
    Gostei do blog, vou indicar no meu =]
    flw!

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  4. É, bem dito, o conceito de social e a realidade observada são coisas bem diferentes e colocam esse conceito em dúvida. E como entramos cada vez mais em ânsias ilimitadas, absurdas e inconseqüentes, o egoísmo aflora e corremos sérios riscos de ficar em breve totalmente fora do conceito de sociedade.
    Pergunto-me, de onde vem tantas percepções tão variadas e complexas =) - parabéns, és um verdadeiro nerd e conseguiste transformar isso em reflexões úteis e interessantes de se ler!

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